Você já ouviu falar nas cores para o calendário da saúde? São campanhas criadas para dar destaque e conscientizar a população sobre diversas doenças, além de trazer visibilidade para os diagnósticos e tratamentos. Neste mês de fevereiro temos a campanha Fevereiro Roxo e Laranja.
As duas cores, é por relacionarem diferentes tipos de doença. O roxo é para doenças de caráter crônico, ou seja, que não tem cura. E está voltado para as doenças: Lúpus, Alzheimer e Fibromialgia. Essas doenças não tem cura, mas tem tratamentos adequados que podem trazer um maior conforto ao longo da vida, promovendo bem-estar e qualidade no dia a dia.
Já o Fevereiro Laranja busca conscientizar sobre um dos tipos mais graves de câncer: a leucemia, que felizmente é uma doença que contém cura. A seguir vamos ver um pouco mais sobre a história dessa campanha e sobre cada doença, sintomas e tratamento. Vamos lá?
Como começou a história da campanha?
A criação de campanhas de laços coloridos se mostrou uma estratégia efetiva e positiva na população. E ganhou o mundo a partir de iniciativa da Fundação Susan G. Komen for the Cure, organização de combate ao câncer de mama, que entregou laços rosas para participantes da corrida pela cura em Nova York.
A campanha deu tão certo, que começou a se estender para outras causas. Para além da movimentação, trazer uma cor, faz com que as pessoas associem a conscientização mais facilmente daquele mês.
Fevereiro Roxo
A campanha Fevereiro Roxo foi criada em 2014, em Minas Gerais, com o slogan: “Se não houver cura, que ao menos haja conforto”. As doenças: Alzheimer, Fibromialgia e Lúpus são crônicas e não têm cura.
Contudo, existem formas de controlar e retardar os sintomas, além de existir tratamentos que permitem que o paciente conviva com as enfermidades. O diagnóstico precoce é o melhor caminho para retardar e controlar sintomas.
Fevereiro Laranja
A campanha Laranja, tem como objetivo conscientizar a população sobre a leucemia e a importância da doação de medula óssea.
A leucemia é um tipo de câncer maligno, de origem desconhecida. Sua principal característica é o acúmulo de células doentes na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais.
Fevereiro Roxo: Alzheimer
A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência neurodegenerativa em pessoas de mais idade. A causa ainda é desconhecida.
A doença ocorre quando o processamento de certas proteínas dos neurônios do sistema nervoso central começam a não funcionar perfeitamente. Então, ocorrem os fragmentos de proteínas mal cortadas, tóxicas, dentro dos neurônios e nos espaços que existem entre eles.
Como consequência, ocorre uma intoxicação que ocasiona a perda progressiva de neurônios em certas regiões do cérebro, como a que controla a memória e também outras partes como da fala, motor, raciocínio e estímulos sensoriais.
Sintomas:
Os sintomas mais comuns da doença são:
- falta de memória para acontecimentos recentes;
- repetições constantes de perguntas;
- dificuldade para acompanhar conversações ou pensamentos complexos;
- incapacidade de solucionar problemas;
- dificuldade para encontrar caminhos conhecidos;
- dificuldade para encontrar palavras que sobre ideias ou sentimentos pessoais;
- irritabilidade;
- desconfiança injustificada;
- agressividade;
- passividade;
- interpretações erradas de estímulos visuais ou auditivos;
- tendência ao isolamento.
É importante ressaltar que a doença de Alzheimer tem uma progressão lenta, e a partir do diagnóstico, costuma oscilar sua sobrevida entre 8 a 10 anos. O seu quadro clínico se divide em quatro estágios:
- Estágio 1 (forma inicial): pequenas perdas de memória, alterações na personalidade e nas habilidades visuais e espaciais;
- Estágio 2 (forma moderada): dificuldade para encontrar palavras, dificuldade em realizar tarefas simples e coordenar movimentos. Grande agitação e insônia;
- Estágio 3 (forma grave): deficiência motora progressiva, resistência à execução de tarefas diárias. Incontinência urinária e fecal. Dificuldade para comer;
- Estágio 4 (terminal): infecções constantes, mutismo, dor ao engolir, restrição ao leito.
Tratamento:
A doença requer um diagnóstico médico que envolve exames e análise clínica do paciente. O Alzheimer é incurável, portanto, pode-se apenas realizar tratamentos para retardar a evolução e melhorar a qualidade de vida pelo maior tempo possível.
É fato que os tratamentos costumam ter maior efetividade quando iniciados nos estágios iniciais. Além disso, em uma doença progressiva nem sempre é fácil avaliar os resultados. Por essa razão, é fundamental que os familiares ou responsáveis utilizem um diário para anotar a evolução dos sintomas.
O tratamento envolve medicações e fisioterapia e precisa ser revisto pelo médico mês a mês para se ter uma ideia da eficácia no paciente.
Fevereiro Roxo: Lúpus
O Lúpus (Lúpus Eritematoso Sistêmico) é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune, ou seja, em que o próprio organismo ataca órgãos e tecidos.
Existem dois tipos principais de lúpus: o cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na pele, principalmente nas áreas que ficam expostas à luz solar. E o sistêmico, em que um ou mais órgãos internos são acometidos.
Sintomas:
- Lesões de pele: as mais características são avermelhadas e no rosto;
- dor e inchaço nas articulações, principalmente das mãos;
- inflamação de pleura ou pericárdio;
- inflamação no rim;
- diminuição de glóbulos vermelhos;
- diminuição dos glóbulos brancos;
- diminuição dos linfócitos ou de plaquetas;
- inflamações no cérebro, causando convulsões, alterações do comportamento;
- inflamações de pequenos vasos, vasculites, que podem causar lesões avermelhadas e dolorosas pelo corpo;
- febre;
- emagrecimento e fraqueza;
- manifestações nos olhos, aumento do fígado, baço e gânglios também podem ocorrer em fase ativa da doença.
Diagnóstico
O diagnóstico de lúpus deve ser feito a partir da análise clínica de uma série de alterações e também de exames laboratoriais. Sempre por um médico especialista, como um neurologista ou reumatologista.
Tratamento
O lúpus não tem cura, mas pode ter tratamento! E vai depender da manifestação apresentada por cada um dos pacientes. O objetivo é permitir o controle da doença, minimizando os efeitos colaterais e proporcionando uma boa qualidade de vida aos portadores.
É importante também cuidar da prevenção para evitar o avanço da doença, por exemplo diminuindo a exposição ao sol, tratando as infecções, evitar gravidez na fase ativa da doença e driblar o estresse.
Fevereiro Roxo: Fibromialgia
A fibromialgia é uma síndrome crônica, caracterizada por fortes dores musculares e ósseas que afetam várias áreas do corpo.
Sintomas
- Dores locais nos músculos, costas, cotovelo, no abdômen ou pescoço;
- dificuldade em adormecer ou distúrbios do sono;
- constipação, náusea ou quantidades excessivas de gases;
- fadiga, mal-estar ou sensação de cansaço;
- mudanças de humor;
- formigamento ou sensação de frio.
Diagnóstico
O diagnóstico de fibromialgia é totalmente clínico, ou seja, conta o histórico do paciente, exames físicos, e alguns exames laboratoriais que auxiliam na exclusão de outras doenças.
Não existem alterações nos exames que sejam possíveis identificar a fibromialgia, por isso, o diagnóstico requer grande cuidado e atenção. A doença pode aparecer em pacientes que apresentam outras doenças reumáticas também, como artrite reumatoide e lúpus, mas essa condição não cabe para todos.
Tratamento
A intenção do tratamento é aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. Como não há cura, o tratamento se faz necessário para os portadores da doença.
A principal forma é não-medicamentosa, ainda que os remédios tenham papel importante, principalmente durante crises. O exercício aeróbico, fisioterapia e psicoterapia auxiliam bastante na dor crônica e também na redução do estresse e da ansiedade, que podem piorar os sintomas.
Fevereiro Laranja: Leucemia
Este tipo de câncer surge quando os glóbulos brancos, que são nossas células de defesa, começam a se reproduzir de maneira descontrolada na medula óssea.
É uma doença silenciosa e pode ocorrer em qualquer idade. E existem diferentes subtipos desse câncer, podendo ser divididos entre leucemias agudas e leucemias crônicas.
Cada uma delas apresenta particularidades, mas ambas necessitam de um diagnóstico precoce e boa possibilidade de tratamentos e cura.
A leucemia pode ser classificada como “aguda” ou “crônica” de acordo com a velocidade de crescimento das células. A aguda progride rapidamente e produz células que não estão maduras e não conseguem realizar as funções normais. Já a crônica normalmente progride lentamente e os pacientes têm um número maior de células maduras.
A leucemia também é classificada a partir do tipo de célula do sangue que envolve, sendo uma chamada de “mieloide” e o outro tipo de “linfoide”.
Assim, temos quatro tipos principais de leucemias:
- Leucemia mieloide aguda (LMA)
- Leucemia mieloide crônica (LMC)
- Leucemia linfoide aguda (LLA)
- Leucemia linfoide crônica (LLC)
Sintomas
Os principais sintomas da doença podem ser:
- fraqueza;
- sangramentos;
- manchas roxas no corpo;
- dores nas pernas;
- febre;
- gânglios aumentados;
- dor e aumento na região esquerda do corpo (baço).
Diagnóstico
O diagnóstico é feito por médicos especialistas, como oncologistas. A partir de exames como hemograma, é possível verificar alterações e partir para outros exames como a biópsia da medula óssea.
Tratamento
O tratamento é individual para cada paciente. E pode ser feito com a quimioterapia ou também com transfusões de sangue. Entretanto, se esses tratamentos não responderem satisfatoriamente, existe a possibilidade do transplante de medula óssea, além da radioterapia.
A intenção da campanha Fevereiro Roxo e Laranja é dar visibilidade para que essas doenças sejam mais conhecidas e para que a população se conscientize, fique atenta aos possíveis sintomas e busque um médico sempre que necessário.